HISPANISTA - Vol X 38 - julho - agosto - setembro de 2009
Revista eletrônica dos Hispanistas do Brasil - Fundada em abril de 2000
ISSN 1676-904X

Editora geral: Suely Reis Pinheiro
QUEM SOMOS
EDITORIAL
Vida&Poesia 

La l

 

Canção para os homens sem face

Manoel de Andrade     

O poema escrito em setembro de 1968, em Curitiba, reflete inicialmente o espírito democrático do autor, cantando “para todos os homens” num gesto de plena solidariedade. Na sua segunda parte, identificando-se com o período de opressão política por que passava o Brasil engaja seus versos no contexto histórico do seu tempo recrutando os companheiros para a luta. Canta indignado contra um país de corruptos,  numa nação encardida por atos e decretos e num tempo suspenso num mastro sem bandeiras. Escreve nos anos em que a América é um imenso canto de esperança e cavalga o universo inteiro cheio de amor por todos os seres. Seus versos não são seus, são de todos os homens e todas as mulheres que canta. São versos politicamente proibidos, caminhando pela terrível solidão branca do papel e pelo itinerário clandestino das gavetas. Canta para todos os homens, para os homens sem face, para os que amadurecem, a cada dia, os punhos para a luta.

CRIAÇÃO
 

Representações sociais do rural na poética de Cora Coralina

Clovis Carvalho Britto & Robson dos Santos

Este artigo analisa as representações do rural na poética de Cora Coralina (1889-1985). A partir de um referencial sociológico, demonstra como as relações entre as condições sociais do rural e a própria trajetória da autora estão imbricadas em sua construção estética. Ao utilizar o conceito de “estrutura de sentimentos” verifica como as práticas sociais e hábitos mentais dialogam com as formas de produção e de organização social que as estruturam, fornecendo, assim, sentido às experiências vivenciadas no meio rural. Desse modo, percorrer as veredas da memória individual e coletiva latentes na poesia de Cora é visualizar como as narrativas foram reelaboradas a partir das interações e transformações no cotidiano rural do interior brasileiro. 

 

 

A crítica textual e o poema Minha infância , de Cora Coralina

Maria Elizete de Azevedo Fayad & Maria Eugênia Curado

A crítica textual analisa as modificações que os textos sofrem durante os processos em que são transmitidos ao público leitor. Nessa perspectiva e, tendo em vista o poema Minha Infância, de Cora Coralina, o presente estudo tem o propósito de examinar as modificações sofridas pelo poema,  desde os seus manuscritos até o texto publicado. Para tal serão feitas algumas considerações teóricas que sustentam esta análise e, em seguida, serão verificadas as modificações pelas quais passaram o poema tanto antes quanto depois de editado.

ESTUDOS LINGÜÍSTICOS

As dimensões  políticas sobre o ensino da língua espanhola no Brasil: tradições e inovações – 2ª parte

Márcia Paraquett  

O texto aborda a história da presença/ausência do Espanhol como língua estrangeira (E/LE) no Brasil, marcada por um percurso que confirma a falta de compromisso com uma política que, de fato, tenha se dedicado à construção de uma relação dialética entre o Brasil e os países hispânicos. O artigo explora a Gramática de Nebrija (1492) como ato inaugural de uma política de hegemonia lingüística; a seguir apresenta uma cronologia que explica o percurso de E/LE no Brasil e finaliza  discutindo os reflexos que a Lei 11.161, de 05/08/2005, está provocando entre a comunidade hispânica de nosso país.

ESTUDOS LITERÁRIOS

Doña Inés: historia y evolución del mito de Zorrilla

Magdalena Aguinaga Alfonso 

Um breve percurso, através de uma seleção de autores dos séculos XIX, XX e XXI, nos oferece uma montagem do mito de Doña Inés em diversos gêneros literários. Neste artigo se trata de uma evolução do  mito de Doña Inés criado por José Zorrilla em seu Don Juan Tenorio (1844) como heroína romântica, seguindo os passos do mito modernista em Doña Inés (1925) de Azorín, passando pela neo-romântica Teresa (1924) de Unamuno e a misteriosa dama velada de Don Juan e a donjuanía ((1950) de Salvador de Madariaga até chegar à mulher desmitificada e saída de seu pedestal em Doña Inés desabrochada (2002) de Antonio Gala.

 

Transfigurações da literatura popular do nordeste em literatura erudita: A morte do touro mão-de pau

Geice Peres Nunes      

Este ensaio apresenta uma análise sobre o imaginário suassuniano em A Morte do Touro Mão-de-Pau. Ali, os elementos populares são evidentes, devido à proximidade com o poema popular O Romance do Boi da Mão de Pau, de Fabião das Queimadas. Neste cenário, faz-se uma investigação em torno dos elementos que reforçam a literatura tradicional, e dos que avançam para a cultura popular no sertão nordestino.

 

 

 

El Romance de Ramón  J. Sender

Michele Fonseca de Arruda   

Réquiem por un campesino español é uma das obras mais celebradas de Ramón J. Sender. Desta narrativa senderiana emerge um poema de caráter narrativo, a modo da tradição oral do Romancero Español: o romance de Paco el del Molino, que apresenta elementos que o aproximam ao Romancero Tradicional no contexto histórico e cultural espanhol da Idade Média.

WEBLÍNGUA

Desmadre, cipayo, ¡púyalo!

Alexis Márquez Rodríguez 

O autor apresenta uma série de pequenos artigos em que estuda elementos da linguagem. 

 
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