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A interface da pragmática com outros módulos da gramática: um estudo contrastivo Português-Espanhol

  Nome do Autor: Paulo Antonio Pinheiro Correa
 

paulocorrea@ufrj.br

Palavras-chave: pragmática - sintaxe - espanhol

Minicurrículo: Mestrando em Linguística pela UFRJ, especialista em Língua Espanhola e Literaturas Hispânicas pela UFF e em Línguas Indígenas pelo Museu Nacional, dedica-se há oito anos ao ensino do espanhol. Ministra oficinas de fonética articulatória e técnicas de correção de pronúncia para professores e atualmente pesquisa em lingüística teórica na área de pragmática e sintaxe do espanhol.

Resumo: Uma análise de construções codificando eventos factuais x hipotéticos em português e em espanhol mostra que no espanhol, status pragmáticos diferentes podem ser codificados através de uma alternância INDICATIVO/SUBJUNTIVO, dentro de uma mesma construção sintática e que o português, por outro lado recorre freqüentemente a diferentes construções sintáticas para expressas esses matizes. 

Resumen: Un análisis de construcciones que codifican eventos factivos x hipotéticos em português y em español demuestra que, em español, diferentes status pragmáticos pueden codificarse a través de una alternancia INDICATIVO/SUBJUNTIVO, dentro de uma misma construcción sintáctica y que el portugués, em cambio, acude frecuentemente a construcciones sintácticas distintas para expresar dichos matices pragmáticos.

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1. Introdução 

Em português as construções concessivas contrastivas expressam a contrajunção através de nexos como embora ou ainda que, como nos exemplos abaixo: 

(1)   Embora seja cara, vamos fazer a viagem.

(2)   Ainda que ela esteja zangada, eu vou cumprimentá-la

Há que notar-se que em português essas conjunções pedem verbos no subjuntivo, por imposição morfossintática.

Em espanhol, ao contrário, a estrutura morfossintática da oração permite a alternância modo subjuntivo/modo indicativo para codificar diferenças pragmáticas: 

(3)   Aunque sea caro, haremos el viaje.

(4)   Aunque es caro, haremos el viaje. 

A diferença entre (3) e (4) é a de que a primeira codifica um evento que pode ser factual, mas está modalizado em sua força expressiva pelo locutor, ou codifica um evento hipotético. A segunda, no entanto, alude a um evento estritamente factual e pode acrescentar certo grau de evidencialidade.

Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise da forma como as duas diferentes línguas codificam o conhecimento do mundo do falante em suas construções morfossintáticas. Através deste exame, objetiva demonstrar que a morfossintaxe do português brasileiro não é permeável à codificação de informação de ordem pragmática e, em contraste, efetivamente, no espanhol, se dá uma interface entre a pragmática e o nível intra-sintático/morfológico da construção. O espanhol permite, como se demonstrará, uma grande permeabilidade da codificação de informação de ordem pragmática dentro de uma mesma estrutura sintática, segundo se trate de um evento factual, semifactual ou contrafactual, através da mudança de desinências modo-temporais, coisa que em português brasileiro não seria possível. Para expressar concessivas contrastivas com eventos estritamente factuais, o português brasileiro recorre ao emprego de nexos diferentes ou construções sintáticas distintas, não permitindo a modalização da informação na morfologia verbal.[i] 

2. Fundamentação Teórica 

Dentro do quadro teórico da Gramática Gerativa, a teoria corrente é a da modularidade da mente, em que cada aspecto da gramática é processado em um módulo. Inicialmente centrada nos estudos de sintaxe e fonologia, a Teoria Gerativa, que se interessa basicamente pela noção de competência lingüística dos seres humanos, deixava de fora de seu escopo de análise as chamadas pressões do uso ou determinações do discurso (GIVÓN, 1979, apud MOURA NEVES, 2002, p.269), estas ligadas à noção de desempenho, dentro da dicotomia chomskiana competência x desempenho. O desempenho, portanto, estaria relacionado à pragmática e às funções discursivas, estando colocado em uma posição estanque, fora das derivações sintáticas. Atualmente, estudos gerativos procuram analisar uma possível interação entre aspectos discursivo-pragmáticos e a teoria formal da gramática.

Os estudos de interface pretendem captar o momento em que informações de um módulo dialogam com propriedades de outro módulo e há uma interação, e de que maneira ela se dá.

Este trabalho procura avançar nesta discussão, analisando a influência da pragmática na estrutura sintática e na morfologia verbal, enfatizando as diferenças da forma como essa interação se dá nas línguas espanhola e portuguesa.

Se a sintaxe é um módulo, será ele permeável a influências de elementos de fora da gramática formal, como, por exemplo, o grau de conhecimento que um falante tenha da ação à qual se refere? Haveria meios de codificar esse matiz pragmático, ou seja, de transpor o conhecimento de mundo do falante à formalidade das estruturas sintáticas e das operações morfológicas? Estas são algumas das perguntas cuja resposta este trabalho se propõe perseguir. 

 

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3. Um estudo contrastivo português x espanhol: a análise das concessivas
    contrastivas 

3.1. Construções com a conjunção aunque/embora

As orações concessivas em português e espanhol apresentam características bastante diferentes. No português uma mesma construção morfossintática exprime diferentes matizes pragmáticos, como salienta Mira Mateus: 

As orações concessivas entram em construções que exprimem a contrajunção ou junção contrastiva e cuja asserção é regulada pela modalidade do factual, do hipotético ou do contrafactual. (MIRA MATEUS, 1993, p.306). 

No português, tanto as concessivas contrastivas factuais como as hipotéticas com embora só podem ser codificadas segundo a seguinte fórmula de prótase: 

embora + V SUBJ+compl/predicativo[ii] + apódose 

(5) Embora seja cara, vamos fazer a viagem. (contrastiva hipotética)

(6) Embora seja cara, vamos fazer a viagem. (contrastiva factual) 

No espanhol o emprego do subjuntivo diferencia as contrastivas efetivamente factuais de outros dois tipos, a hipotética e a que chamaremos aqui de factual modalizada.

No caso de uma contrastiva factual, o verbo que se seguirá ao nexo aunque apresenta desinências modo-temporais de indicativo e introduz ao interlocutor uma informação nova: 

(7)Aunque estoy perfectamente informado de su caso, en la reunión de ayer no pude hacer nada por usted. (MONTERO 1993:170, apud FLAMENCO GARCÍA, 1999, p.3827)

(Ainda que esteja [estou] perfeitamente informado do seu caso, não pude fazer nada pelo(a) senhor(a) na reunião de ontem) 

O uso de desinências de subjuntivo codificará dois tipos de constrições: a) as contrastivas factuais modalizadas e b) as contrastivas hipotéticas. As factuais modalizadas são caracterizadas pelo uso do subjuntivo temático[iii], que está em oposição ao subjuntivo hipotético, típico das contrastivas hipotéticas. O subjuntivo temático dá a entender que aquilo que se diz já é do conhecimento do ouvinte (portanto, é um tema = tópico), mas cuja importância foi modalizada por este, como no exemplo abaixo: 

(8) -No debería salir la niña; estos días ha estado muy enferma.

-Ya, pero aunque haya estado muy enferma, ¿no crees que le conviene moverse un poco? (F.GARCÍA, op.cit, p.3830)

(-A menina não devia sair; esteve muito doente estes dias.

-Certo, mas, mesmo que tenha estado doente, você não acha que era bom pra ela se mexer um pouco?[iv]

Aqui, o interlocutor, com o uso do subjuntivo (haya) modaliza a expressividade do que foi dito, não a factividade. O curioso da construção é que o interlocutor poderia ter dito “Ya, pero aunque ha estado muy enferma”, com o verbo no indicativo, por tratar-se de um evento factual, mas não é o que acontece. O interlocutor opta por codificar o evento no subjuntivo. O caráter factual do evento continua assumido, mas, com isso, o interlocutor modaliza a expressividade do ato de fala do primeiro falante e enfraquece a argumentação anterior.

O verbo com desinências de subjuntivo também codifica eventos semifactuais ou contrafactuais, através do uso do subjuntivo hipotético, como no exemplo abaixo: 

(9) Aunque ahora me ofrezcan una buena indemnización, no tengo ganas de dejar el trabajo.

(Ainda que agora me ofereçam uma boa indenização, não estou interessado em sair do emprego.) 

Segundo observa Flamenco García, 

Generalmente, la alternancia modal se relaciona con la actitud del hablante acerca del grado de expectativa del cumplimiento de los hechos denotados.” (FLAMENCO GARCÍA, op.cit, p.3826). 

No português, ao se expressar um evento estritamente factual, há que se recorrer a construções sintáticas diferentes. No exemplo (5), repetido aqui como (10) tem-se uma construção na qual, através da pura sintaxe, não se consegue distinguir esse matiz pragmático: 

(10) Ainda que seja cara, faremos a viagem. 

Para expressar a factividade nessa oração, há que usar-se uma construção como a abaixo. Não há como alterar somente as desinências nem como preservar a estrutura sintática e os nexos: 

(11) Apesar de que é / apesar de ser cara, faremos a viagem. 

Uma tabela, a efeito de resumo, sobre a codificação do grau de factividade em concessivas contrastivas próprias conjuntivas apresenta as seguintes características na parte da oração que a apresenta: 

Língua

Factual

Factual modalizada

Hipotética (semifactual e contrafactual)

Português

Embora, Ainda que + SUB

Apesar de + INF
Apesar de que + IND

Mesmo que + SUB

Mesmo+ GERÚNDIO

Espanhol

Aunque, a pesar de que + IND

Aunque, a pesar de que + SUB



O fato de que uma oração seja factual ou hipotética depende da experiência do falante. Se isso pode ser codificado na sentença com uso de um mesmo nexo (aunque/embora), o que de fato é possível no espanhol e vetado no português, pode significar que nessa construção há um diálogo entre a pragmática e a morfologia, sob o ponto de vista da escolha da flexão que acompanha a raiz verbal, já que é a única mudança que ocorre em toda a estrutura da oração. 

3.2. Construção não-conjuntiva com valor concessivo: o caso de por más que

Inclusive em orações com valor concessivo em que a contrajunção está apresentada por um nexo não-conjuntivo, como é o caso de por más que/por mais que não há como codificar um matiz factual/hipotético no português. Em espanhol, novamente, observa-se essa possibilidade. Portanto, a oração portuguesa, se analisada de maneira descontextualizada, denuncia uma morfossintaxe opaca a informações dessa natureza. 

(12) Por mais que eu tentasse, não consegui aprender a andar de bicicleta.(evento semifactual)

(13) Por mais que eu tentasse, não consegui aprender a andar de bicicleta. (evento factual) 

Uma modalização mais factual no português poderia ser obtida através do uso do pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo. Assim, não haveria uma alternância de modos que, por sua vez, acarreta alternância de desinências, como é o processo mais comum no espanhol, e, sim, uma escolha de um tempo verbal diferente, composto, apresentando o mesmo modo subjuntivo: 

(14) Por mais que eu tenha tentado, não consegui aprender a andar de bicicleta. 

O espanhol apresenta, mais uma vez a possibilidade sintática de codificar a pragmática através da simples troca de desinência no verbo: 

(15) Por más que lo intentara, no logré aprender a andar en bicicleta. (evento semifactual)

(16) Por más que lo intenté, no logré aprender a andar en bicicleta. (evento factual) 

 

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4. Expressando morfologicamente a diferença entre eventos factuais x hipotéticos em
    outras construções sintáticas: 

4.1. Advérbios de dúvida: o caso de tal vez[v]

Palmer, 1986 estabelece dois grandes tipos de modalidade do discurso. O primeiro seria a modalidade epistêmica, que guarda relação: a) com a evidência, através dos sentidos, principalmente; b)com aquilo que se ouviu dizer; e c) com a possibilidade ou necessidade. O segundo tipo é a modalidade deôntica, que está ligada à volição ou ao afetivo. Mira Mateus inclui ainda o matiz facultativo para a modalidade deôntica e plausível para a modalidade epistêmica.

No português, as duas modalidades deôntica e epistêmica são codificadas igualmente na oração com talvez. 

(17) Talvez você tenha dinheiro. (modalidade deôntica: o locutor expressa sua vontade de que o interlocutor tenha dinheiro, mas não tem evidências de que isso seja verdadeiro)

(18) Talvez você tenha dinheiro. (modalidade epistêmica: o locutor insinua que o interlocutor tem dinheiro, através de evidências captadas pelos sentidos, é a modalidade do plausível) 

No espanhol há como codificar essas duas modalidades diferentemente. Há como expressar, no dizer de Mira Mateus, “o conhecimento que o locutor tem do estado de coisas” (MIRA MATEUS, op.cit, p.104). 

(19) Tal vez tengas dinero. (modalidade deôntica: facultativo)

(20) Tal vez tienes  dinero. (modalidade epistêmica: plausível) 

Nestes dois casos, a exemplo das concessivas contrastivas, é a alternância da escolha entre desinências de subjuntivo ou de indicativo que vão determinar a codificação do conhecimento do falante sobre o fato na mesma estrutura sintáticas. 

4.2. A possibilidade de modalizar orações declarativas sem alterar a estrutura sintática

Observem-se as seguintes construções: 

(21) Usted será muy educada, pero las cosas que no son de una no se tocan. (Extraído do filme Mujeres al Borde de un Ataque de Nervios, Espanha, 1989, dir. P. Almodóvar)

(A senhora deve ser muito educada, mas uma pessoa não deve mexer nas coisas que não pertencem a ela.) 

(22) Pedro será muy inteligente, pero no lo demuestra.

(FLAMENCO GARCÍA, op.cit.p.3821)

(O Pedro deve ser muito inteligente, mas não demonstra.) 

A alternância entre tempos verbais dentro de um mesmo modo para modalizar declarativas ocorre no espanhol de maneira bastante produtiva. Nas duas línguas, se o evento mencionado na declarativa é factual, o verbo no indicativo modaliza essa característica. No entanto, como a tradução torna claro, a construção empregada para modalizar o aspecto hipotético ou semi-factual de um evento varia entre o português e o espanhol. O espanhol peninsular simplesmente recorre a expressar o verbo da ação no futuro imperfeito do mesmo modo, indicatico. No caso do exemplo (21) a personagem dá como certo o fato de a interlocutora ser educada, e, no entanto por esta ter mexido em um objeto alheio – o que depõe contra esta característica - ela se vale do verbo no futuro, para enfraquecer a característica de “ser educada” da interlocutora. Um exemplo dessa produtividade é o de que geralmente, qualquer oração em indicativo pode ser modalizada pragmaticamente através desse recurso: 

(23) Mi padre anda muy enfermo. Tiene pulmonía.

(24) Mi padre anda muy enfermo. Tendrá pulmonía. 

(Meu pai anda muito doente. Está com pneumonia.)

(Meu pai anda muito doente. Deve estar com pneumonia.) 

A tradução em português brasileiro demonstra que, nesta língua, para manifestar esse caráter pragmático há que recorrer-se à construção DEVER + V INFINITIVO, em oposição a V INDICATIVO. Convém ressaltar que, neste ponto, o português brasileiro se comporta de maneira idêntica ao espanhol atlântico[vi], que lança mão do verbo correspondente deber para codificar eventos presumíveis, não-evidenciais[vii]. 

 

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5. Conclusão 

A observação de algumas construções que envolvem graus variados de conhecimento do mundo do locutor sobre o assunto codificado na sentença revela que, de fato, a interação entre a pragmática e a estrutura morfossintática é muito perceptível no espanhol e opaca no português, em termos de morfologia verbal, ou seja, a morfologia verbal portuguesa parece não dialogar com a pragmática, parece não dar-lhe brechas para manifestar-se.

Essa manifestação da pragmática no português se mostra, de acordo com os exemplos apresentados, mais ligada à escolha de itens lexicais diferentes, que à alternância de desinências. Tal fato gera sentenças de estruturas sintáticas diferentes, segundo o estatuto de factivo/hipotético do que diz o falante. Portanto, essa codificação parece mais estritamente sintática no português e mais morfológica/morfossintática no espanhol. Esse fato evidencia que há diferença, que pode vir a ser parametrizada, pelo menos dentro das línguas neolatinas, sobre o momento de influência de informações de ordem pragmática na concatenação de sentenças, ao estilo do Programa Minimalista, iniciado por Chomsky (1993, 1995).

Além disso, põe em evidência o fato de que pode haver uma interface pragmática/morfologia operante no espanhol e inoperante no português, e, que, ao contrário, a pragmática apresentaria interface com outros módulos no português, em outro momento da derivação, como, por exemplo, no momento da escolha dos itens que serão utilizados para formar a sentença, itens que já trazem definida a seleção de modo verbal e bloqueiam a manifestação da pragmática nesse ponto da concatenação da sentença. 

ANEXO         

As formas de codificar o factual, o semi-factual e o contra-factual através das diferentes construções observadas em português e espanhol: 



Língua

 

Modalidade epistêmica

Modalidade deôntica

factual

Hipotética (semifactual e contrafactual)

Português

Embora, Ainda que + SUB

Apesar de + INF
Apesar de que + IND

Mesmo+ GERÚNDIO

Por mais que + PERF SUBJ

Por mais que + SUBJ

Talvez + SUBJ

Declarativa com INF

Construção diferente, com DEVER + INF

Espanhol

Aunque, a pesar de que + IND

Aunque, a pesar de que + SUB

Por más que + IND

Por más que + SUBJ

Tal vez + IND*

Tal vez + SUBJ

Declarativa com PRES IND

Declarativa com FUT IND

*: ainda que o epistêmico se refira específicamente a o que pode ser experienciado em algum grau, a construção tal vez +IND se diferencia de tal vez + SUBJ porque o falante, ao utilizar a primeira tem um maior grau de confiaça – por razões de conhecimento de mundo – de que o fato seja real. 

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

CHOMSKY, Noam. The Minimalist Program. Cambridge, Mass.: The MIT Press, 1993.

GUIÓN de la película Mujeres al Borde de un ataque de Nervios (fragmento) In: MARCOS DE LA LOSA, Ma. Del carmen & M.R. OBRA RODRÍGUEZ. Punto Final – Curso Superior E/LE. Madrid: Edelsa. 1997:143.

MARMARIDOU, S. Pragmatic Meaning and Cognition. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 2000.

MARTÍN ZORRAQUINO, María Antonia  & J. PORTOLÉS LÁZARO. Los Marcadores del Discurso. In: BOSQUE, I. & V. DEMONTE. Gramática Descriptiva de la Lengua Española. Madrid: Real Academia Española/Espasa Calpe, 1999:4051-4213.

MIRA MATEUS, Maria Helena et alli. Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 1993.

MOURA NEVES, Maria Helena de. A Gramática: História, Teoria, Análise e Ensino. São Paulo:editora UNESP, 2002.

FLAMENCO GARCÍA, Luis. Las Construcciones Concesivas y Adversativas. In: BOSQUE, I. & V. DEMONTE. Gramática Descriptiva de la Lengua Española. Madrid: Real Academia Española / Espasa Calpe, 1999:3805-3878.

PALMER, Frank R. Mood and Modality. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.

RADFORD, Andrew. Syntax: A Minimalist Introduction. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

SEARLE, John. Speech Acts; An Essay in the Philosophy of Language. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.

_____. Expressão e Significado; Estudo da teoria dos atos de fala. São Paulo: Martins Fontes, 1979.

ZUBIZARRETA María-Luisa. Las Funciones Informativas: Tema y Foco. In: BOSQUE, I. & V. DEMONTE. Gramática Descriptiva de la Lengua Española. Madrid: Real Academia Española / Espasa Calpe, 1999:4215-4244.

Notas: 

[i] Em algumas regiões do Brasil, em efeito, pode-se ouvir construções com embora+V INDICATIVO, como no exemplo:

Embora eu tenho que me apresentar lá amanhã

No entanto, no nosso conhecimento, não há estudos, até o momento, que tenham controlado o grau de factividade dessas construções. Elas podem ser representativas de uma mudança lingüística, em que se codifique igualmente as modalidades factual e hipotética, através do verbo em indicativo.  

[ii] Usaremos embora como exemplo de conjunção típica da oração concessiva contrastiva, mas o mesmo se pode dizer de outros nexos, como ainda que e mesmo que. 

[iii] Veja-se Flamenco García, 1999, parágrafo 59.3.4.2.

[iv] Observe-se a total impossibilidade de codificar o aspecto factual do evento na versão ao português.

[v] Outros advérbios de dúvida que se comportam da mesma maneira que tal vez são quizás, probablemente. A locução a lo mejor rege invariavelmente o indicativo.

[vi] Modalidade do espanhol falado nas Américas, Andaluzia e Canárias. 

[vii] Na Espanha (modalidade peninsular) também existe o recurso a deber+verbo, mas é de menor uso. Além disso, a construção com o verbo deber na América é montada com a preposição: deber de + verbo para expressar hipóteses, em oposição a deber + verbo, que se  usa para expressar obrigação. 

 
Sobre o autor:
nome: Paulo Antonio Pinheiro Correa
E-mail: paulocorrea@ufrj.br
Home-page: [não disponível]
Sobre o texto:
Texto inserido na revista Hispanista no 12
Informações bibliográficas:
CORREA, Paulo Antonio Pinheiro. A interface da pragmática com outros módulos da gramática: um estudo contrastivo Português-Espanhol. In: Hispanista, n. 12. [Internet] http://www.hispanista.com.br/revista/artigo102.htm 
 

 

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